sábado, 16 de fevereiro de 2013



Todos sumiram...
Naquele dia, num olhar, percebi que tudo estava diferente…Eu deixaria de apoiar a voz da razão, e agora seria os filhos a ajudá-lo a caminhar.
Seu aspecto físico tinha mudado, perda de peso, a lentidão para realizar tudo, e a sua fragilidade de criança. Por ainda ser meu pai e, às vezes, se comportar como tal, em situações de decisão para dizer “sim” ou “não”, eu te respeito. Quando volta para mim este olhar confuso, eu sei, no meu coração, que a realidade agora e outra.

Às vezes, eu vejo você vagando ao redor da casa, de um lado para o outro, parar e voltar seus passos, reiniciando a marcha, em busca de algo… que novamente desaparece de sua mente e que não importava mais.o cansaço vem e a respiração fica ofegante.

Depois de algum tempo, não conseguimos mais conversar normalmente , como se o papo ficasse para terminar depois. Hoje, eu sinto falta da sua capacidade de articulação, de sua sabedoria,criticas e de sua ironia.

Aproveito seus momentos para aprender mas um pouquinho com você.

O dia parecia pequeno para tantas e importantes atividades, resolvendo, discutindo e orientando nossa família nos mínimos detalhes. Hoje o senhor mostra esse olhar vazio para receber uma nova ordem,uma nova mudança.

No momento, eu sei que você está penando para resolver a confusão que ficou sua cabeça. E sei o quanto e difícil ver as forças irem embora,e perguntar: -Onde esta todos, que quando tinha força estavam do meu lado?


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